Nossas criações são geralmente ambientes fechados e com uma grande população de canários no seu interior. Com isso, todo cuidado é necessário para evitar o aparecimento e a propagação de qualquer tipo de doença.
Os desinfetantes são ferramentas fundamentais para evitar esse tipos de ocorrência .
Devemos usar mais de um tipo de desinfetante para evitar a indução de resistência nos microorganismos patogênicos. Tenho utilizado na minha criação os seguintes tipos de desinfetantes: à base de cloro, à base de amônia quaternária, à base de iodo e Virkon. Com exceção do Virkon, que é uma marca comercial, para os outros tipos, existem várias marcas comerciais com diferentes concentrações. Em todos os casos, devemos seguir as orientações dos fabricantes para sua diluição, modo de aplicação e local de aplicação. Lembro ainda que para qualquer desinfecção seja eficiente, os objetos e utensílios devem estar limpos e higienizados, o que deve ser feito com água e sabão.
DESINFECÇÃO PARA O PISO , PAREDES DO CRIADOURO E GAIOLAS:
Na higienização do piso e paredes do criadouro, lavar com água e sabão. Após o enxague e secagem, aplicar solução de desinfetante à base de iodo ( Biocid ou similar) seguindo instruções da embalagem.
DESINFECÇÃO PARA OS EQUIPAMENTOS:
Tudo o que é usado na criação, como bebedouros, bacias, poleiros, peneiras, etc… deve ser desinfetado periodicamente. Por exemplo, uma peneira ou processador usado no preparo da farinhada, por mais limpa que aparentemente esteja, contém resíduos ricos em nutrientes que darão origem ao desenvolvimento das mais diversas bactérias e fungos, devendo, portanto, assim como os demais utensílios e acessórios, ser desinfetada uma vez por semana. Isso pode ser feito alternado-se a solução de cloro com a de iodo.
DESINFECÇÃO DOS BEBEDOUROS:
Além da troca diária da água, devem ser desinfetados uma vez por semana, permanecendo de molho numa solução de água com cloro por 8 horas, na seguinte proporção: cloro líquido 10 ml / 5 lt de água – cloro em pó (granulado) 1 g / 10 l de água. Para tal procedimento, é necessário se ter dois jogos de bebedouros.
DESINFECÇÃO DOS POLEIROS:
Deverão ser lavados pelo menos uma vez por mês e colocados numa solução de cloro por pelo menos 8 horas. Depois da desinfecção, os poleiros deverão ser enxaguados , pré secados ao sol e secados no forno (normal ou microondas) para eliminação da umidade concentrada no centro da madeira, que poderia passar para os pés dos pássaros quando estes permanecerem estáticos durante a noite, podendo ocasionar o aparecimento de fungos. No microondas o tempo poderá ser de 5 minutos aproximadamente (citado apenas como referência). Tal como os bebedouros, é necessário um jogo de poleiros de reserva.
DESINFECÇÃO DAS GRADES:
Após lavagem com água e sabão, devem ser imersas em solução de cloro ou à base de iodo ou amônia quaternária durante 8 horas. Procurar alternar sempre os 3 produtos.
DESINFECÇÃO DOS NINHOS:
A parte plástica é de fácil desinfecção, procedendo-se como o indicado para os bebedouros e poleiros e alternando-se os desinfetantes( amônia,cloro e iodo). O forro (de corda, crochê, etc.), entretanto, é a parte que requer maior atenção, devendo, após a lavagem normal com água e sabão, ser imerso numa solução com Virkon ou desinfetante à base de amônia ou de iodo e secagem ao sol. Não se deve usar cloro. O ideal seria que existissem forros descartáveis.
O saco de estopa, fornecido aos pássaros para a feitura dos ninhos, também deve ser desinfetado. O melhor método é o da fervura. Após a secagem, passar a ferro para facilitar no momento do corte. Lembramos que os forros de corda não são aconselháveis devido à difícil limpeza e desinfecção total. Toda vez que o forro for colocado, deverá ser polvilhado com K-OTHRINE pó ou pulverizado com Kill-Red para evitar o aparecimento de piolho.
HIGIÊNE PESSOAL:
Para a lavagem das mãos recomenda-se o sabonete de limpeza PROTEX, que é bactericida. A limpeza das mãos, membros, sola do sapato, etc… são fundamentais, principalmente após a manipulação de pássaros doentes ou mortos, visitas a outros criadouros e exposições de animais, etc. Isso deve ser feito com uma solução de Virkon .Isolar imediatamente os pássaros doentes ou irrecuperáveis é obrigatório.Os pássaros doentes devem ser tratados fora do ambiente do criadouro e só retornar após completamente curados. Outro inconveniente, notado em alguns criadouros, é a colocação de embalagens de ovos de galinha nas proximidades dos pássaros. Essas embalagens poderão, na maioria das vezes ser veículos de bactérias, e outros microorganismos indesejáveis.
OVOS:
Deverão ser cozidos por 20 minutos para que se livrem totalmente de possíveis bactérias. As cascas serão de grande valia para o fornecimento de cálcio para os pássaros e podem ser administrados após trituração e mistura com areia esterilizada. Após a manipulação dos ovos crus, as mãos devem ser desinfetadas como descrito acima.
VAZIO SANITÁRIO:
Consiste na desinfecção do criadouro uma vez por ano, retirando todos os canários do local, desinfetando-se todas a gaiolas e utensílios e mantendo o ambiente fechado durante um mês, para quebrar o ciclo dos microorganismos eventualmente presentes. Este é um procedimento de difícil execução, uma vez que a maioria dos criadores não dispõe de 2 compartimentos para separar os pássaros.
DESINFECÇÃO DO AMBIENTE:
Pelo menos uma vez por semana o ambiente do criadouro deve ser aspergido com uma solução de um dos desinfetantes: Virkon ou Amônia quaternária . Para o Virkon deve ser feita uma solução conforme recomendação do fabricante e aspergido no ambiente . Vale lembrar que quanto menor o tamanho da gota, melhor sua eficiência em desinfetar e atingir as partes mais difíceis. Para a amônia existem produtos comerciais em aerosol como Lysoform Spray e Lisoclin também em aerosol.